O atendimento a pessoas que sofrem com dor, principalmente com dor(es) que persiste(m) ao longo do tempo, sempre traz algum grau de desafio ao fisioterapeuta e demanda um ato físico de presença para saber ouvir e como intervir.

Em primeiro lugar, vale ressaltar que quando falo em dor persistente, não necessariamente é uma dor constante e ininterrupta.
Pode ser episódios de dor seguidos por períodos sem dor, num ciclo que se repete ao longo de um tempo superior há mais ou menos três meses.

A forma como uma dor se manifesta no corpo de alguém é muito pessoal e gera um impacto cotidiano que só esse alguém é capaz de vivenciar.

Justamente por esse motivo, o trabalho começa pelo relato da pessoa sobre a dor que ela sente.
Uma realidade que só pode ser contada por quem a vive, automaticamente a coloca como agente ativo e responsável dentro do processo fisioterapêutico. Esse é o primeiro movimento.

O segundo movimento é exemplificar o impacto físico e gestual limitados pela dor. É mais uma forma de criarmos uma parceria terapêutica e de visualizarmos as formas de abordagens que podem ser mais eficazes para o tratamento.

Aqui no consultório ofereço abordagens manuais de massagem e manipulação tecidual, quando preciso, para reduzir tensões e ampliar movimentos.

Mas a principal abordagem terapêutica mesmo é o movimento / exercício ativo. Orientado por mim e contextualizado pela conversa inicial e pela observação das limitações físicas, os exercícios procuram oferecer mais robustez e capacidade corporal.
Esse ganho de capacidade percebido pela pessoa pode ser capaz de reverter uma associação muito forte entre dor e movimento e muito comum feita por quem sofre com dor.

O que pode vir a ser um grande entrave durante o processo de tratamento.